As Pérolas de Cadija Era uma vez uma menina chamada Cadija. Sua mãe havia morrido e agora ela tinha de carregar seu irmãozinho nas costas. Passado um ano, seu pai resolveu casar de novo e então Cadija ganhou uma madrasta. Cadija pensou que fosse ser feliz com ela. Mas sabe-se lá por que a madrasta não gostou dela. Já tinha uma filha de primeiro casamento e talvez pensasse: “Quando meu marido morrer, essa Cadija vai ficar com tudo. E minha filha verdadeira com nada”. Daí, toca a perseguir a enteada. Dava trabalhos impossíveis para a coitada. Acordava-a no meio da noite: -- Anda pegar água. Anda varrer o pátio. Anda cozinhar inhame. Certa manhã seu ódio pela enteada chegou ao máximo. Tirou Cadija da cama aos berros: -- Vá lavar esta colher! E só serve com água do mar. Não volte aqui com ela suja. Era um jeito de matar Cadija, pois até Dakar onde ficava o mar, eram cinco dias e cinco noites de horrorosos caminhos. -- Quem vai cuidar de meu irmãoz